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Apólogo

  • stefanyornelas
  • 23 de nov. de 2015
  • 3 min de leitura

Apólogo é uma narrativa que ilustra um ensinamento de vida através de situações semelhantes às reais, envolvendo pessoas, objetos ou animais, seres animados ou inanimados. Têm o objetivo de atingir os conceitos humanos de forma que os modifique e reforme, levando-os a agir de maneira diferente. Os exemplos são utilizados para ajudar a modificar conceitos e comportamentos humanos, de ordem moral e social. Diferencia-se da fábula e da parábola, pois, concentra-se mais em situações reais, enquanto a fábula dá preferência a situações fantásticas, e também pelo fato de a fábula se utilizar de animais como personagens e a parábola trata de questões religiosas e lições éticas, enquanto o apólogo fala de qualquer tipo de lição de vida, mesmo que esta não seja a que é adotada pela maioria como a maneira correta de agir.



Exemplo de um apólogo :

Os Fósforos

Uma caixa de fósforos recém comprada foi usada pela primeira vez. Quando foi aberta, a luz cobriu todos os palitos que dentro dela estavam quietos e encostados, uns nos outros. Um palito saiu e não mais retornou e a caixa foi fechada novamente. Foi quando ela ouviu o seguinte diálogo:

- Você viu isso, ele não teve nem tempo de se despedir.

- É assim mesmo, nós vamos, queimamos e não mais retornamos. - É uma vida curta demais!

- O que você prefere ? Ficar aqui dentro da caixa, no escuro ?

- Prefiro! Do que queimar tão rápido ? Prefiro. Do que ter minha cabeça riscada? Prefiro! Imagine a dor! Deus que me livre!

O diálogo se encerrou, parecia que os outros fósforos não se sentiram encorajados em continuar a conversa com aquele palito, talvez louco, talvez revolucionário.

A caixa porém observou, cada vez que ela era aberta e a menor porção de luz adentrava, ele se espremia bem no fundo da caixa, deixando todos os outros palitos em cima. Assim ele foi, vendo palito por palito sendo riscado até que só sobravam ele e mais outros dois palitos. Ele percebeu que não havia mais como se esconder, mesmo que se espremesse no canto da caixa. Passou o resto da vida aterrorizado, esperando a luz entrar e torcendo que tivesse sorte, de não ser escolhido jamais.

Um dia a caixa se abriu, ele tentou se encolher o melhor que podia, mas uma mão simplesmente virou a caixa deixando cair ele e os outros dois palitos na palma de uma mão. A caixa foi jogada de lado no chão, meio aberta, e da mão ele ficou olhando, ansioso, o seu antigo refúgio. Havia um certo alívio, sem a caixa, ele não poderia ser riscado. Quando tal alívio surgiu na mente ele viu um dos palitos ser partido em três. E viu o palito do lado sofrer o mesmo. Até que chegou a vez dele e ele foi partido em três.

E então três homens sentaram em uma mesa de um bar e colocando as mãos para trás começaram a jogar porrinha. Aos poucos os pedaços de palitos foram sendo jogados no chão, até que o pedaço com a cabeça do pobre palito, caiu perto da caixa.

Quebrado, jogado de lado, seu estado era lamentável. Tanto quanto dos outros dois palitos e mais um diálogo ouviu a caixa:

- E agora ? Satisfeito ?

- Fugiu, fugiu de ser riscado, de ser queimado, para agora estar aí, jogado e quebrado.

- Que triste fim! Quisera eu ter sido queimado, ter sido o primeiro, ter vivido bem menos mas ao menos ter sido queimado.

- O que você tem a dizer agora, hein ?

A caixa viu que o palito não mais respondia, até que os dois também se calaram. Era o fim de todos eles, mas ela ainda foi capaz de dizer:

- Ao menos não fui tola, não evitei viver com medo do fim, pois de que adianta? O fim chega para todos; é melhor recebê-lo tento vivido o melhor que podemos do que não ter vivido de forma alguma, tremendo de medo.

 
 
 

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